Cometendo crimes no espaço: como esse tipo de ato pode ser julgado?Rússia acusa astronauta da NASA de perfurar estrutura de nave acoplada à ISS
O estudo em questão foi conduzido entre 2016 e 2017, com foco em análises de um grupo de pessoas trabalhando em um ambiente fechado por duas semanas como uma forma de simular as condições encontradas por astronautas durante missões espaciais. Depois, os pesquisadores iriam entrevistá-los para analisar seus níveis de estresse e bem estar mental. Entretanto, os resultados obtidos não foram publicados em revistas científicas. Segundo uma investigação da JAXA, dois pesquisadores enviaram avaliações psiquiátricas sem realizar entrevistas e sobrescreveram diagnósticos, e dados não existentes foram criados em pelo menos cinco entrevistas associadas ao estudo. O ocorrido veio à tona após a JAXA identificar discrepâncias nos dados, iniciando uma investigação sobre o projeto. Um avaliador independente concluiu que não era possível confirmar que entrevistas selecionadas existiam ou que foram registradas. Além disso, eles descobriram também que pelo menos alguns dos participantes não receberam solicitações para informarem seu consentimento em participar do estudo. O consentimento informado garante que os participantes saibam o porquê de participarem do estudo, como os dados serão usados, como a privacidade deles será protegida e quais medidas estão disponíveis no caso de problemas físicos ou mentais associados à participação.
Consequências do estudo adulterado
Furukawa foi treinado como médico e cirurgião e, embora tenha supervisionado o experimento, ele não teve outros envolvimentos diretos com as atividades. “A gestão desleixada do experimento prejudicou a credibilidade dos nossos dados da pesquisa e do valor científico dela como um todo”, disse Hiroshi Sasaki, vice-presidente da JAXA. “A criação de dados não existentes prejudica a credibilidade do conteúdo da pesquisa, e foi julgado que foi um ato considerado uma ‘fabricação’ da perspectiva dos pesquisadores em geral e na sociedade”, acrescentaram os membros da JAXA. Os investigadores descobriram dados de pesquisa falsificados e sobrescritos, que comprometeram a confiabilidade no experimento. De acordo com os oficiais da agência, a situação tornou impossível “conseguir dados confiáveis e válidos para publicação”. Além disso, eles destacaram que a metodologia do estudo foi uma “traição das boas intenções” dos participantes da pesquisa, e pediram desculpas pelo ocorrido. A JAXA afirmou que irá reportar os resultados aos ministros responsáveis pela saúde e educação, e que irá verificar o que causou estes ocorridos para, assim, tomar medidas que evitem que algo do tipo aconteça novamente. Enquanto isso, Furukawa segue selecionado para sua segunda missão de longa duração a bordo da ISS, com lançamento programado para 2023 ou depois. Fonte: UPI, Japan Times