YouTube Vanced, app popular que remove anúncios dos vídeos, chega ao fimApple, Facebook e Google estão na mira de processos antitruste; entenda os motivos
No aviso, está um link que leva à carta da empresa com críticas ao PL, publicada na semana passada, assinada por Fábio Coelho, presidente do Google no Brasil. Na nota, a empresa cita que a versão atual da proposta de lei facilitaria as ações de “agentes mal-intencionados” para espalhar desinformação na própria ferramenta de busca e no YouTube. Caso aprovado, o texto tornaria serviços do Google no Brasil “menos úteis e seguros”.
Google repete no Brasil tática contra lei na Austrália
Ao colocar o link para sua carta em novas abas do Chrome e na página principal de buscas, o Google repete uma tática idêntica a que foi usada na Austrália. Em 2019, a empresa também publicou uma carta contra um projeto de lei no país que a obrigava a pagar por conteúdo jornalístico disponível em seu site. O alerta aparecia em formato de pop-up: “a forma como os australianos usam o Google está em risco”. A companhia ainda cita danos à “elaboração de pesquisas” feitas pela plataforma. O projeto de lei australiano foi elaborado com base na grande receita do Google no país com anúncios online. A maior parte desse faturamento era originada de conteúdos de agências de notícia, mas a empresa não pagava por nada, algo considerado desproporcional pelo órgão que fiscaliza a internet na Austrália. A proposta foi aprovada pelo governo em fevereiro de 2021. O argumento utilizado pelo Google ao tentar convencer seus milhões de usuários australianos de que a lei era negativa, de forma geral, também é muito parecido com o que está sendo utilizado contra o PL das Fake News brasileiro: a piora de serviços como ferramenta de busca e YouTube, assim como vantagens dos grandes grupos de mídia frente às pequenas empresas de jornalismo.
Google News preferiu deixar Espanha a pagar jornalistas
A atual versão do PL das Fake News (PL 2630/2020) propõe que provedores de busca e redes sociais com mais de 2 milhões de usuários registrados forneçam dados sobre a forma como ferramentas de moderação atuam para penalizar contas e conteúdos. E também obriga as big techs, como Google e Facebook, a remunerarem agências de notícia por disponibilizarem conteúdo em suas páginas. A empresa tem histórico de reagir negativamente a projetos de lei que a obrigam a pagar por conteúdo jornalístico. Em 2014, o Google News chegou encerrar atividades na Espanha após ser obrigado a remunerar jornais por conteúdo online — e só recentemente está analisando voltar a ativa no país. Contudo, o Google possui algumas iniciativas de apoio ao jornalismo brasileiro. Em 2020, por exemplo, a empresa inaugurou um programa que atualmente remunera 60 veículos jornalísticos para que licenciem e forneçam conteúdo a usuários. Essa mesma iniciativa está presente em outros países, como a Alemanha.