Neste domingo (12), na abertura da Defcon, a maior conferência para hackers dos EUA, um grupo de especialistas foi convidado a testar as urnas durante um hackathon. Eles conseguiram trocar o sistema das máquinas, descobrir plug-ins que não deveriam estar funcionando e outras formas de manipular o voto.
A descoberta criou um acirramento entre hackers e fabricantes de urnas eletrônicas, que foram apoiadas por autoridades. Os testes comprovaram algumas brechas de segurança, mas foram questionados pela ala que defende a credibilidade das máquinas. Segundo algumas fabricantes, o evento não é capaz de reproduzir com fidelidade o cenário de um dia de votação. “Qualquer um poderia invadir qualquer coisa se você colocá-la no meio de uma sala e oferecer à pessoa acesso e tempo ilimitado”, criticou Leslie Reynolds, diretora-executiva da Associação Nacional dos Secretários de Estado. A posição é compartilhada por algumas fabricantes. Para a Election Systems & Software, por exemplo, a situação real não oferece tanta liberdade para quem deseja burlar uma eleição. Antes de chegar às urnas, é preciso lidar com mesários, bloqueios, senhas e outras medidas de segurança adotadas em uma situação como essa. Para Monica Tesi, porta-voz da empresa, a Defcon falha ao não oferecer soluções de segurança ao sistema de votação americano. Segundo ela, o evento leva a uma situação contrária, expondo o processo às ameaças externas – leia-se Rússia. O organizador do hackathon realizado na Defcon, Jack Braun, discordou das posições. Para ele, alguns estados e empresas estão cometendo um erro ao não participarem do evento. “Acredito que seria uma ameaça à segurança nacional não fazer isso [os testes nas urnas]”, afirmou. Em março, o Congresso americano destinou US$ 380 milhões para o sistema eleitoral. A verba será usada pelos 50 estados e os cinco territórios para melhorar os equipamentos usados nas votações e realizar testes e treinamentos de segurança. Os EUA realizarão, em novembro, as eleições legislativas que definirão novos deputados e senadores. Portanto, a atenção para eventuais interferências externas e falhas de segurança nas urnas deverão aumentar nos próximos meses. Com informações: Wall Street Journal.