Mistérios de Marte: 5 perguntas sobre o Planeta Vermelho ainda sem respostasHemisfério norte de Marte pode ter abrigado oceano há 3 bilhões de anos

Para determinar a quantidade de água depositada no planeta levada com a ajuda de asteroides, eles trabalharam com o cromo-54, um isótopo raro encontrado em meteoritos vindos de Marte. A camada superior do planeta contém assinaturas de meteoritos carbonáceos (tipo C), preservada graças à ausência de placas tectônicas por lá. Por outro lado, estas características também poderiam estar preservadas em rochas do manto, abaixo da camada superficial do planeta. “É um pouco como o DNA: os asteroides do tipo carbonáceo têm uma composição com isótopo de cromo muito distinta, em relação ao Sistema Solar interno”, explicou Bizzarro. Assim, ao analisar a diferença da quantidade de isótopos nas amostras de meteoritos vindos do manto ou da superfície de Marte, eles estimaram a massa total dos asteroides que colidiram com o planeta. A equipe concluiu que, se aquelas rochas tivessem somente 10% de água em sua composição (o menor limite possível para meteoritos do tipo carbonáceo), eles teriam levado água suficiente para criar um oceano global. Caso os impactos ocorressem em todo o planeta, o oceano formado pela água deles poderia chegar a 300 m de profundidade. Outro aspecto importante é que os asteroides carbonáceos contêm elementos essenciais para a vida, ou seja, poderiam ter levado moléculas orgânicas e água a Marte antes mesmo de a Lua se formar. Para os autores, os resultados permitem dizer com certeza que asteroides ricos em água atingiram a superfície do planeta, e consideram ter encontrado evidências importantes da presença de meteoritos do tipo C no manto de Marte. O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science Advances. Fonte: Science Advances; Via: News Scientist