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A acusação apareceu em uma reportagem da revista americana Forbes, cujos repórteres estariam entre os jornalistas espionados pelo TikTok. As ações teriam sido realizadas por um grupo interno de auditoria da ByteDance, empresa dona da rede social, com os relatos confirmados agora em documentos internos tendo aparecido pela primeira vez em outubro deste ano; na ocasião, a companhia negou que tenha realizado esse tipo de vigilância e disse nem mesmo ser capaz de fazer isso através de seu aplicativo. Entretanto, após novos relatos envolvendo não apenas jornalistas, mas também o rastreamento de cidadãos americanos, uma investigação interna foi iniciada e acabou revelando a operação. De acordo com a Forbes, a operação de espionagem teria contado com a participação de executivos de alto escalão do TikTok, como diretores de segurança e conformidade, além de ser de conhecimento do braço chinês da companhia, onde, inclusive, aconteceria a manipulação irregular dos dados dos usuários e funcionários americanos. Em e-mails recebidos pela reportagem, são citadas a obtenção de informações de pelo menos três repórteres da Forbes, assim como um do Financial Times e também de “um pequeno grupo de pessoas” ligadas aos jornalistas. Os trabalhos teriam sido supervisionados pelo departamento interno de auditoria e controle de risco da ByteDance, sediado em Pequim, na China. Dois executivos deixaram a empresa como resultado das investigações. Chris Lepitak, diretor de auditoria interna, foi demitido em outubro depois que as primeiras acusações surgiram; seu subordinado direto, Song Ye, que trabalharia diretamente com o CEO da empresa, Rubo Liang, pediu demissão. Foi ele, também, quem trabalhou ao lado da Forbes para trazer as revelações à tona, afirmando estar desapontado com a indústria da companhia e com o impacto das alegações na confiança pública sobre a rede social. As informações surgem em um momento complicado para o TikTok, que volta a estar sob o escrutínio do governo americano. Na última semana, por exemplo, a presença do aplicativo foi banida em todos os dispositivos usados pela administração federal, enquanto um novo projeto de proibição total da rede social nos Estados Unidos voltou a tramitar; senadores, ainda, criticam a falta de acordo entre a Casa Branca e a ByteDance no que toca o uso de dados de cidadãos dos EUA e citam riscos à segurança nacional.
Liberdade de imprensa e “má conduta”
O diretor de conteúdo da Forbes, Randall Lane, taxou o caso como um ataque direto à liberdade de imprensa e ao papel dela em uma sociedade democrática. O executivo disse esperar um pronunciamento direto da ByteDance, principalmente sobre como eram usadas as informações compiladas dos usuários do TikTok como parte da operação de espionagem. Enquanto a empresa costuma se posicionar de forma veemente quanto a tais acusações, ela não falou sobre a campanha de espionagem a jornalistas. A ByteDance também não retornou aos contatos do veículo sobre a saída de executivos. Falando ao Canaltech, um porta-voz do TikTok apontou como uso indevido de autoridade a “má conduta” de certos indivíduos ao tentarem obter dados dos usuários. A rede social também taxou o comportamento como inaceitável e disse que ele vai contra os esforços da companhia para garantir a confiança da comunidade; confira o pronunciamento: Fonte: Forbes