Ômicron BQ.1: nova subvariante da covid provoca primeira morte em SPQuinta dose contra covid já começa a ser aplicada no Brasil; quem pode tomar?

Quando pensamos na covid-19, o coronavírus SARS-CoV-2 desencadeou uma pandemia, responsável por milhões de mortes em todo o globo. Hoje, a maioria dos casos são leves, quando os pacientes estão imunizados e com as doses de vacinas atualizadas. No entanto, mesmo dois anos depois, esta ainda segue como uma ameça. Oficialmente, o fim da pandemia não foi declarado. No caso da tripledemia, o impacto no número de óbitos nas Américas será menor, mesmo que três agentes infecciosos diferentes estejam envolvidos, mas o desafio de atender tantas pessoas doentes permanece e isto vai testar novamente os limites dos hospitais no continente.

Quais são os vírus que formam a tripledemia nas Américas?

Entre as três grandes — e já conhecidas — ameaças do momento, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca:

Vírus sincicial respiratório (VSR);Vírus influenza A subtipo H3N2;Coronavírus SARS-CoV-2 e as descendentes da Ômicron, como a BQ.1.

Em comum, os três agentes infecciosos provocam febre, congestão nasal, tosse, dor de cabeça e dor de garganta. Por sorte, a maioria das pessoas irá se recuperar com alguns dias de repouso e remédios são usados apenas no controle dos sintomas. Por outro lado, pessoas com o sistema imunológico mais vulnerável, como bebês, crianças pequenas, idosos e imunossuprimidos, podem desenvolver formas graves destas doenças. Em alguns casos, os vírus podem levar a óbito.

Situação dos países frente à onda de diferentes vírus respiratórios

No último relatório sobre as Américas, a Opas observou que, nos EUA, “a atividade da gripe aumentou, com predomínio do H3N2, e aumento da atividade do VRS”. Ainda no norte do continente, o México também sofre com a alta de casos da gripe. Aqui, é preciso observar que o inverno — a estação que tende a favorecer a disseminação dos vírus respiratórios — ainda não chegou. Olhando para a América Central, casos de H3N2 estão aumentando na Jamaica e em Porto Rico. Enquanto isso, o Haiti continua a sofrer com alta de casos do vírus da covid-19. Na América do Sul, a Opas alerta para o fato de que “a atividade da influenza aumentou na sub-região, com predomínio da influenza A (H3N2), e co-circulação da influenza A(H1N1) e influenza B/Victoria”. Casos da gripe são mais expressivos na Argentina, Chile e Uruguai, enquanto a atividade do VSR permanece em alta no Brasil e no Uruguai.

Por que os três vírus estão aumentando o número de internações?

Para entender as origens da tripledemia, diferentes pontos devem ser analisados. “O principal é que o coronavírus ocupou um espaço muito importante — o que os médicos chamam de nicho epidemiológico — durante os dois anos anteriores. Em 2020 e 2021, foi praticamente o único vírus que circulou”, afirma Gustavo Pueta, pediatra, para a BBC. “Quando a circulação caiu, graças às vacinas, todos os vírus que costumam estar presentes ao longo do ano explodiram exponencialmente”, acrescenta o médico. Este movimento é especialmente crítico para crianças. “Os pediatras estão acostumados a ter momentos de alta demanda em determinadas épocas do ano, mas este ano as crianças passaram de uma doença para outra”, conta. Em paralelo, as medidas adotadas para conter os casos da covid-19, como isolamento social e fechamento das escolas, provocaram um fenômeno de baixa imunidade, que afeta principalmente as crianças. Hoje, o resultado é sentido no aumento da busca por atendimento médico. Fonte: BBC e Opas